Resenha: A Menina Que Roubava Livros

maio 30, 2014


Sinopse: Ao perceber que a pequena Liesel Meminger, uma ladra de livros, lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943.

"EIS UM PEQUENO FATO
Você vai morrer.

Com absoluta sinceridade, tento ser otimista a respeito de todo esse assunto, embora a maioria das pessoas sinta-se impedida de acreditar em mim, sejam quais forem meus protestos. Por favor, confie em mim. Decididamente, eu sei ser animada, sei ser amável. Agradável. Afável. E esses são apenas os As. Só não me peça para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo.

REAÇÃO AO FATO SUPRACITADO
Isso preocupa você?
Insisto - não tenha medo.
Sou tudo, menos injusta.


- É claro, uma apresentação.
Um começo.
Onde estão meus bons modos?
Eu poderia me apresentar apropriadamente, mas, na verdade, isso não é necessário. Você me conhecerá o suficiente e bem depressa, dependendo de uma gama diversificada de variáveis. Basta dizer que, em algum ponto do tempo, eu me erguerei sobre você, com toda a cordialidade possível. Sua alma estará em meus braços. Haverá uma cor pousada em meu ombro. E levarei você embora gentilmente." 


Escrito por Markus Zusak, A Menina Que Roubava Livros é uma história que nos envolve por inteiro, fazendo com que a gente sinta os mesmos sentimentos das personagens, seja amor ou ódio, felicidade ou tristeza.


Narrado em terceira pessoa pela Morte, a história se passa na Segunda Guerra Mundial, onde uma garotinha chamada Liesel, filha de uma comunista, é deixada na casa de um casal pobre, Rosa e Hans Hubermann,  que haviam adotado a menina. O acordo inicial era que eles iriam ficar com duas crianças, porém o irmão de Liesel morre durante a viagem para a casa de sua nova família. Durante o funeral do irmão de Liesel, o coveiro deixara cair um livro intitulado "O Manual do Coveiro". Este foi o primeiro livro que Liesel furtou. Ela ainda iria furtar mais alguns.


Liesel acaba fazendo algumas amizades, mas nada se comparava ao seu melhor amigo (e primeira paixão) Rudy Steiner. Ele a acompanhou em todos os seus momentos bons e tristes, sem pedir nada de valor em troca. Somente um beijo.


Liesel não sabia ler nem escrever. Mas nada a fez mudar sobre o conceito do poder das palavras. A menina acredita que se não fosse pelas palavras, Hitler nunca teria obtido o poder que obteve. Aliás, nada a impediu de aprender a ler e escrever.


No dia do aniversário de Hitler, houve uma comemoração nada convencional em sua cidade. Além de cantarem o hino nazista, as pessoas tinham que queimar todo tipo de lazer que elas tinham. E no caso, seriam os livros. A partir deste momento a menina começou a se questionar o por que de tudo aquilo. O seu ódio por Hitler havia acabado de nascer.


Alguns anos se passam e um judeu desconhecido passa a morar na casa dos Hubermann.  Na realidade, não era tão desconhecido. O nome dele era Max Vanderburg, filho do melhor amigo de Hans Hubermann (pai de Liesel). O garoto se alojou no sótão da casa da família, onde Liesel aprendeu a ler e escrever. Eles acabaram criando um vínculo muito forte, de irmãos até. Mas esse vínculo acaba quando Max decide deixar a família para poupar a família de um futuro sofrimento. Como lembrança, o judeu deixa para Liesel um livro onde o mesmo escreveu sobre a menina. 


Finalmente, a Inglaterra declara guerra contra a Alemanha. Muitos já haviam morrido. Mas muito mais iriam morrer. Bastava uma palavra para que milhões morressem. 


"O ser humano não tem um coração como o meu. O coração humano é uma linha, ao passo que o meu é um círculo, e tenho a capacidade interminável de estar no lugar certo na hora certa. A conseqüência disso é que estou sempre achando seres humanos no que eles têm de melhor e de pior. Vejo sua feiúra e sua beleza, e me pergunto como uma mesma coisa pode ser as duas. Mas eles tem uma coisa que eu invejo. Que mais não seja, os humanos têm o bom senso de morrer."  



Durante a narração da Morte, o autor conseguiu deixar a leitura bem real, como se a bomba do inimigo descrito estivesse caindo ao nosso lado naquele mesmo instante. A leitura é bem agradável, daquelas que nos faz virar a madrugada só pra terminar de ler aquele "só mais um capítulo". Como eu disse no começo desta resenha, a história é uma história que nos envolve por inteiro. E não digo isto por falar. Eu digo isso de coração mesmo. 

Ao longo da história, percebemos o amadurecimento de Liesel e o aprendizado que a Morte obteve com a menina. O leitor pode perceber o quanto Liesel era amada por cada um que a rodeava (até mesmo Rosa Hubermann) e o quanto ela amava cada um que a rodeava (até mesmo Rudy Steiner). Além disso, o leitor também aprende alguns termos em alemão.

A Menina Que Roubava Livros tem 478 páginas e foi publicado pela Editora Intrínseca com tradução desenvolvida por Vera Ribeiro.

You Might Also Like

0 comentários

LEITURA ATUAL

FAVORITO DO MÊS

@GRAZIELLASILVAO