Resenha: Delírio - Livro Um

junho 16, 2014

Sinopse: Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos. Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas. Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura?

Imagine um tempo em que você não precise mais sentir nenhum tipo de amor. Um tempo em que você, diante de todos, significasse estar curada dele. Esse é o tempo que a escritora Lauren Oliver descreve no primeiro livro da trilogia, Delírio.


Em um futuro mais distante, na cidade de Portland – EUA – o amor é reconhecido como uma doença pelo Governo, e como medida de prevenção eles decidem causar uma intervenção cirúrgica para a retirada dessa doença, conhecida por deliria nervosa. A intervenção cirúrgica acontece apenas uma vez por ano e durante o procedimento são introduzidas três agulhas perto da orelha, o que registra a marca da intervenção. Três pontos.
As intervenções são promovidas por inscrições e durante as sessões os adolescentes são acometidos por notas após uma cadeia de perguntas. Dependendo da sua importância, os interventores elegem o seu par (a pessoa com quem casará), quantos filhos terá e se puder sua profissão. Isso se tiver uma.

Muitos temem essa intervenção pelos erros que surgiram na resistência de algumas pessoas, outras no caso, são capazes até de cometer suicídio para continuar sentindo o amor.
As doenças mais perigosas são aquelas que nos fazem pensar que estamos bem
– Provérbio 42, Shhh
Lena Haloway felizmente não é uma dessas pessoas, não no começo. Ela passa seus 18 anos sonhando com o dia da intervenção. É imprescindível fazer a intervenção cirúrgica nessa idade, do contrário, a intervenção não funciona corretamente e as pessoas acabam sofrendo danos cerebrais, paralisia parcial, cegueira ou consequências piores. Essa consequência é conhecida por Inválidos, pessoas que não conseguem ser curadas mesmo na brutalidade – por exemplo a mãe da Lena, que chegou a passar pela cirurgia sem anestesia para tentar ser curada depois de diversas tentativas – e que são destinados a Selva, um lugar além a cerca de segurança para viverem de maneira escassa, como animais. Por sorte toda a família de Lena, exceto os menores de idade, passou pela intervenção e agora estão livres da doença. Vivem felizes de acordo com a escolha que lhe deram.

Às vezes sou capaz de jurar que posso senti-la se movendo por minhas veias como algo estragado, tipo leite azedo.
Narrado pela personagem principal, as páginas do livro mostra o desenvolvimento do amor nas personagens, principalmente na Lena Haloway ao conhecer Alex. Um rapaz poucos anos mais velho que passou visivelmente pela intervenção e que mais tarde descobre que a história não aconteceu bem assim. Lena tem uma amiga chamada Hana, uma garota que sente a todo o momento a necessidade de ser livre e leva Lena a mudar o seu destino.

A autora faz um belo trabalho ao descrever passo a passo a evolução e construção do amor, a sensação que ele cria, como ele nos envolve e porque não devemos parar de senti-lo. Portanto, no livro, ela cria a Shhh (Suma de hábitos, higiene e harmonia). A Shhh era edições que o Governo lançava para a leitura obrigatória entre os jovens para mostrar o quanto cruel poderia ser o amor, e deveriam ser escritas de maneira fria principalmente para assustar os jovens. Escritas literalmente para transparecer como doença.

Devemos estar sempre em guarda contra a doença; a saúde de nossa nação, de nosso povo, de nossas famílias e de nossas mentes depende de vigilância constante. – “Medidas básicas de saúde”, Shhh, 12ª edição.

Nunca li um livro para detalhar o amor com tanta precisão. Ele com certeza nos fazem pensar se queremos realmente deixar de amar. Além da visão proposta pela sociedade atual em que tudo é uma questão de estética e valor externo. Não é a toa que virou best-seller!

Criar um mundo em que o Governo repudia qualquer tipo de sentimento, qualquer tipo de amor, que bombardeia vidas e as submete a toques de recolher além das intervenções, é incrível.
Pode ter certeza que será um livro que fará você se apaixonar, torcer pelas personagens, chorar e gritar. Um tsunami de emoções.
O livro Delírio tem 352 páginas e foi publicado pela editora Intrínseca com tradução desenvolvida por Rita Sussekind.

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2 comentários

  1. Adorei sua resenha! Ainda não tinha visto nada sobre esse livro, mas parece ser ótimo!

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    1. Sim, ele é ótimo mesmo. Leia, não irá se arrepender. Obrigada.

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