Resenha: Bruxos e Bruxas - Livro Um

julho 14, 2014

Sinopse: Em pleno século XXI, os irmãos Allgood, With e Wisty são arrancados de sua casa no meio da noite e jogados na prisão, acusados de bruxaria. Vários outros jovens como eles foram sequestrados, presos e outros desapareceram. Tudo isso acontece porque o mundo foi comandado por um novo governo "Nova Ordem", que acredita que todos os menores de dezoito anos são suspeitos e que praticam bruxaria. Quem comanda a N.O é O Único Que É O Único, e seu objetivo é tirar tudo que faz parte da vida de um adolescente normal, livros, música, arte, comandar o mundo e desvendar todos os segredos da magia. Qualquer forma de protesto contra a N.O será punida com muita rigidez e tortura, até que a pessoa possa completar dezoito anos, e assim ser condenado a morte. A missão dos irmãos Allgood é livrar o mundo desse novo regime e resgatar seus pais desaparecidos. Mas será que eles conseguirão enfrentar a Nova Ordem, salvar todos dessa tortura e encontrar seus pais? 

Divido em três livros (“Sem Crime Só Castigo”, “Muito Dickensiano” e “Admiráveis Mundos Novos”), Bruxos e Bruxas – Livro Um, escrito por James Patterson, tem tudo o que é preciso para levar o leitor a novas dimensões. 

Sendo o primeiro livro da série e narrado em primeira pessoa por pontos de vista diferentes dos irmãos bruxos, Whit e Wisty nos apresentam a um novo momento da história onde tudo que era bom se torna o mais desprezível possível.
Criados sem saber sobre o seu verdadeiro eu, os irmãos são arrancados e levados da sua casa em plena madrugada acusados de bruxaria pela “Nova Ordem”. Sem entender o que está acontecendo, seus pais lhe presenteiam com dois simples objetos antes que sejam levados definitivamente: uma baqueta e um livro com páginas em branco. Como qualquer outra pessoa, os irmãos se vêm presos a um destino que não os pertence. Como de uma hora para outra puderam se tornar bruxo e bruxa?

Durante o percorrer da história os irmãos são interrogados, ameaçados, torturados e toda qualquer outra coisa que possa vir a sua mente. E o mais intrigante da história é que ainda presos eles observam que não são os únicos nessa situação.

Eu sei que a vida é uma droga quando não vê a hora de ser institucionalizado,drogado ou até passar por uma sessão de choque para voltar a realidade. A essas alturas, eu aceitaria uma lobotomia numa boa. Acho que temos que encarar quando a liberdade deixa de ser um sonho.

Passando de prisão a hospício, depois de pegarem fogo e fazer um martelo flutuar, Whit e Wisty descobrem a presença de centenas de outras crianças, pequenas e grandes, de cinco a dezessete anos, e começam a entender com o que este governo na verdade lida.

A NOVA ORDEM – mais conhecida pelas siglas N.O (não) – comanda um governo autoritário onde toda e qualquer criança ou adolescente é vista como um mal a ser retirado da sociedade. Desse modo, assim como os irmãos, centenas delas são retiradas de suas casas a força sobre circunstancias geralmente banais (como mascar chiclete, não dizer senhor/senhora, desrespeitar regras, etc) ou místicas (como bruxaria). 

Comandada pelo O Único Que É Único, o seu objetivo é tirar tudo que faz parte da vida normal dessas crianças com interesse apenas em comandar todos os mundos. Mas nas entrelinhas percebemos que O Único Que É Único não é realmente O Único. Durante o passar das paginas conhecemos O Único Que Julga, O Único Que Interroga, O Único Que Bane, O Único Que Proíbe, O Único Que Monitora, etc. E até completar dezoito anos, nenhuma criança pode ser morta. A não ser pelas pulverizações contínuas que O Único Que É Único oferece nos reformatórios.


Talvez se alguém misturasse dor, ódio e sofrimento em partes iguais, e por acaso essa mistura tomasse forma e fosse mergulhada em tinta preta, teríamos quase o que eu estava vendo naquele momento.

Cercado de profecias que aparecem e desparecem em uma parede dentro da Garfunkel’s (uma loja de departamento onde abriga todas as crianças e adolescentes fugitivas), Whit e Wisty ganham a ajuda de muitos outros, vivos e não-vivos, para derrubar a Nova Ordem e se tornam lideres da resistência. Mas quando O Único Que É Único reaparece e lhes conta que não pretende mata-los revelando certas profecias algumas coisas passam a mudar.

Quando foi a última vez que você olhou de verdade nos olhos dos seus pais? Aposto que nem se lembra. Tipo, desde que você era bebê e ficava arregalando os olhos para a sua mãe. Bom, não fique nervoso ao ver o que acontece quando você entra nesse território. É meio assustador, na verdade, mas de um jeito legal. Não vou falar mais nada. Tente um dia."

Diferente de outros livros de séries/sagas, Bruxos e Bruxas – Livro Um, foi muito bem construído ao deixar seu final BEM aberto. Não temos uma conclusão do que acontece ou do que possa vir a acontecer. Foi escrito para deixar dúvida e curiosidade nos leitores. Ele simplesmente não tem uma palavra final, não tem fim.

Ao final do livro encontramos trechos da propaganda da Nova Ordem satirizando livros reais como “proibidos” para leitura na atual sociedade N.O. Além de palavras encontradas nas paginas que funcionam como dicionários de palavras proibidas pelo “Os Únicos”.

Bruxos e Bruxas - Livro Um, tem 288 páginas e foi publicado pela Editora Novo Conceito com tradução desenvolvida por Ana Paula Corradini.

"Ele sabe como fazer o leitor virar as páginas" 
- San Francisco Chronicle

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